

O planeta tem cerca de 210 milhões de usuários de drogas ilícitas. Destes, 80%, 165 milhões, seriam usuários de maconha. Com a sua regulamentação, sobrariam apenas os outros 45 milhões usuários de drogas pesadas. Neste livro, o autor Denis Russo Burgierman, diretor de redação da Superinteressante, percorre o mundo para conhecer as políticas de combate à canábis. Welington Sousa – Medium
Em entrevistas com autoridades, cultivadores, doentes crônicos ou terminais, médicos, pesquisadores, usuários e voluntários. Todos que de alguma forma direta tenham envolvimento com a droga. Burgierman apresenta o resultado de sua pesquisa num painel da situação na Califórnia, Espanha, Holanda, Portugal e no Marrocos. O autor busca mostrar como os sistemas de combate podem sair da alçada policial e jurídica. Welington Sousa – Medium
Trata-se de uma publicação de 2011 de lá pra cá muita coisa mudou alguns estados americanos liberaram o uso recreativo da droga e no Uruguai a marijuana teve sua cadeia produtiva estatizada, mas vale a pena a leitura, pois o autor traz a possibilidade de que o leitor conheça como funcionam os diferentes sistemas de combate as drogas descritos no livro.
O jornalista Denis Russo Burgierman apresenta dados, o livro realmente se apóia em muitos números e teorias econômicas que demonstram o impacto que liberação da maconha causaria, além de acabar com qualquer dúvida o fracasso de nosso atual sistema. Mas o livro não traz apenas relatos da problemática em cima do tema. Seu objetivo central é apontar soluções.
Notoriamente, o economista liberal Milton Friedman argumentou que tudo que a guerra às drogas conseguiria era garantir que criminosos tomassem conta de um mercado bilionário. Ivanildo Terceiro – Students For Liberty
É por isso que, em 1968, Gary Becker já alertava que “assim como os mafiosos foram expulsos do mercado de álcool após o fim da proibição […] traficantes de drogas violentos serão expulsos do mercado com a descriminalização das drogas.”
Por ser um mercado ilegal, é difícil estimar quantos recursos deixariam de circular na mão de criminosos e passariam a abaster um mercado legal de empreendedores. Entretanto, estimativas apontam que, apenas com a maconha, o mercado potencial para uso nas áreas medicinal, cosmética, e de alimentos e bebidas chegaria a R$ 45 bilhões em 10 anos.

De acordo com a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, o Brasil poderia arrecadar anualmente até R$ 5 bilhões em impostos com a legalização da maconha – e reduzir em quase R$ 1 bilhão os seus gastos com sistema prisional.
Para um liberal, a liberdade individual é um princípio a ser efetivado em todos os aspectos possíveis da vida em sociedade. Desta forma, o consumo ou venda de drogas, se feito de forma pacífica, não deve ser alvo de proibição estatal.
“As consequências causadas por ideologias nocivas são, certamente, muito mais perniciosas, tanto para o indivíduo como para a sociedade, do que as causadas pelo uso de drogas.” Economista e filósofo liberal Ludwig von Mises
Para autores liberais como Mises, uma sociedade livre é incompatível com a proibição das drogas. De acordo com ele, “um homem livre deve ser capaz de suportar que seu conterrâneo aja e viva de modo diferente de sua própria concepção de vida. Precisa livrar-se do hábito de chamar a polícia sempre que algo não lhe agrada.”
Harry J. Anslinger foi o primeiro comissário anti-narcóticos da história dos Estados Unidos da América.
Por quase quatro décadas, Anslinger foi o responsável por moldar a política antidrogas dos EUA. Apesar de ser encarado como um técnico, sua cruzada estava intimamente ligada ao seu racismo.
“A maior parte dos usuários de maconha são negros, hispânicos, e filipinos. Sua música satânica, jazz e swing, vem do uso da maconha.”
“A maconha faz as mulheres brancas desejarem ter relações sexuais com negros.”
“…a razão primária para proibir a maconha é seu efeito na degeneração das raças.”
“A erva faz os ‘escuros’ acharem que eles são tão bons quanto os homens brancos.”
Até mesmo a transformação da “cannabis” em “marijuana” nos EUA teve o dedo de Anslinger. A ideia era fazer com que o nome em espanhol levasse a população americana a associar a droga ao México, inflamando os espíritos xenofóbicos da população.
Ao fim do livro e a enxurrada de números e informações que são dadas, a obra deixa claro que a guerra contra as drogas foi uma invenção dos políticos para ganhar votos à custa do medo que as pessoas justificadamente têm das drogas.
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