O curta metragem Ilegal foi idealizado e produzido pelos amigos de longa data, Tarso Araujo e Raphael Erichsen, “Ilegal” conta a história de uma mãe, Katiele Fischer, 30, e sua filha epiléptica de 5 anos. Nos 22 minutos registram-se a dificuldade da família em conseguir importar Cannabidiol (CBD), substância extraída da planta cannabis indica — em português bem claro, maconha. Anna Mascarenhas – Vice in: UM CANCERIANO SEM LAR.

O curta de Tarso e Raphael destaca três pontos da história de Katiele: a felicidade de uma mãe em descobrir um medicamento que influencia rapidamente a melhora do quadro de sua filha; a burocracia excessiva e a falta de flexibilidade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em relação à importação de substâncias derivadas da maconha; o desespero em testemunhar o retrocesso de seu desenvolvimento com a interrupção da medicação, consequência do agravamento de suas crises epilépticas.
O jornalista Emilio Figueiredo, do site de ativismo canábico Growroom, entrou em contato com uma mulher no Rio de Janeiro que consumia maconha medicinal. A moça tinha lhe dito que uma mãe desesperada queria a todo custo divulgar sua história e conseguir CBD para a filha. O diagnóstico da síndrome de CDKL5 havia saído um ano antes, mas a primeira convulsão da garotinha aconteceu quando ela tinha menos de 45 dias de vida. Nenhuma medicação funcionava e a garota somava cerca de 60 convulsões por semana, que diminuiu absurdamente em menos de nove semanas de uso do CBD, remédio que a mãe encontrara quando pesquisava sobre a síndrome na internet.
ILEGAL conta a história de Katiele, uma brasileira que luta para tratar a epilepsia de sua filha de 5 anos com CBD, uma substância derivada da maconha e proibida no país. O filme é parte do projeto REPENSE, que pretende trazer informação e debate em torno do uso da Cannabis medicinal.
O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3.ª Vara Federal do Distrito Federal, garantiu a uma menina de 5 anos o direito de importar e usar o medicamento Canabidiol (CBD), substância extraída da maconha, desde que haja prescrição médica. Portadora de encefalopatia epiléptica infantil, a criança precisa do medicamento, que é liberado nos EUA, para controlar crises convulsivas. Mariangela Galucci – exame.
O CBD controlou as crises, mas a substância não pode ser comercializada nem utilizada no Brasil porque não está registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A família vinha conseguindo o remédio de forma clandestina.
“No que diz respeito à epilepsia, a substância revelou-se eficaz na atenuação ou bloqueio das convulsões. No caso da autora, (foi) fundamental na debelação das crises, dando-lhe qualidade de vida”, afirmou o juiz. Ele ressaltou que a decisão não significa a liberação da substância. O juiz afirmou ainda que a Constituição de 1988 estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado e, portanto, compete à Anvisa “a obrigação de proteger a saúde da população”.
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