Dizem que o Brasil é o país do futebol, mas, quando o assunto é cannabis, mais uma vez o Paraguai sai na nossa frente. Na última semana, o Clube Atlético Loma Pucú, de San Pedro, no Paraguai, estampou uma folha de cannabis em seu uniforme por conta do patrocínio da empresa Kokuesero – uma marca de cannabis que tem um projeto para distribuir óleo gratuitamente aos pacientes. Com isso, o time de futebol se torna o primeiro do país a ser patrocinado por uma marca do ramo da cannabis. Jacqueline Passos – Sechat
De acordo com Aureliano Aguilera, vice-presidente do clube, em diálogo ao Extra, o objetivo é difundir o uso da planta: “Ensine que a planta da maconha não é uma planta venenosa. Eles criminalizam e não é assim. A ideia é que seu uso medicinal e artesanal seja conhecido”.
Apesar do assunto parecer algo bastante novo no Brasil, em outros países, inclusive na América do Sul, já há times que estampam empresas relacionadas à planta em seus uniformes. Na Argentina, por exemplo, duas equipes de futebol feminino foram patrocinadas por marcas relacionadas ao mercado da cannabis: a El Esqueje Grow Shop e a Cañamero, que patrocinaram os times River e CGT FEM.
Esta primeira etapa histórica, tanto para a indústria da maconha quanto para o futebol, está ocorrendo no Paraná, província de Entre Ríos, onde as equipes do Rio de Paraná e CGT FEM exibem nas camisetas El Esqueje Grow Shop e Cañamero.
Até poucos anos atrás, o futebol era “coisa de homem”. Poucas foram as mulheres que ousaram calçar as chuteiras e sair a campo sem serem tachadas dos mais diversos nomes. As lutas feministas – também – romperam com essas imposições e mulheres de todas as idades passaram a praticar o esporte mais popular do mundo. Ulises Román Rodríguez – Aweederia
“Primeiramente os jogadores CGT FEM vieram nos pedir patrocínio e não hesitamos em apoiá-los porque eles fazem um grande esforço para participar da Liga e logo depois descobrimos que o River estava procurando um patrocinador e também nos juntamos à publicidade. É uma forma de romper com a ideia negativa que se criou de que esporte e maconha não podem coexistir harmoniosamente”, disse Iván Malajovich ao El Planteo.
Brenda Kumichel é uma das jogadoras da CGT FEM e foi ela quem se aproximou de Malajovich em busca de um patrocinador para a camisa do time.
“É preciso romper com as estruturas de uma vez por todas”, diz a jogadora ao El Planteo que, dependendo das necessidades da equipe, joga pelo lado direito ou como atacante.
Brenda é cultivadora e cliente da loja de cultivo. “Eu cultivo no quintal da minha casa e tenho amigos que produzem óleo de cannabis que nós mesmos usamos para aliviar dores musculares ou em tratamentos para lesões”.
“Na equipa há várias de nós que fumam e muitas outras que não. Mas não estamos aqui para julgar. É um espaço de liberdade onde ninguém diz a outra o que fazer porque jogamos futebol para nos divertir”, garante.
Nos Estados Unidos, apesar dos anúncios de cannabis terem sido banidos do Super Bowl – que é o jogo final do campeonato, ou melhor, o maior evento da principal liga do futebol americano – este ano, a NFL investiu um bilhão de dólares em pesquisas para comprovar a eficácia do controle da dor.
Que o esporte já está apostando nos benefícios da cannabis, não é nenhuma novidade. Mas, quando será que veremos este tipo de patrocínio nos times de futebol brasileiros?
Entre futebol e maconha coexiste um preconceito que, possivelmente, levará muitos anos para ser erradicado. Lembre-se de que a maconha é uma das substâncias proibidas pela FIFA para a prática de futebol.
Time de futebol patrocinado por empresa de cannabis. Hemporter – Bem Bolado
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