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Avançam estudos das diferenças nos usos de maconha entre homens e mulheres

A predominância do uso de maconha difere um pouco entre homens e mulheres. Homens jovens tendem a usar mais do que mulheres jovens, e essa média cresce ainda mais na fase adulta. Padrões de uso também diferem baseados nos gêneros e seus comportamentos hormonais. Os pesquisadores estão tentando descobrir como os hormônios sexuais influenciam a sensibilidade dos mamíferos a substâncias psicotrópicas, incluindo a maconha. Além dos hormônios, há outros fatores de gênero que alteram os efeitos da Cannabis. A variação no uso de maconha entre homens e mulheres em diferentes países sugere uma influência ambiental e cultural. KingBong

Mais uma diferença entre homens e mulheres!!! – 9Gag Brasil

Pesquisadores do Center for BrainHealth®, parte da Universidade do Texas em Dallas, publicaram recentemente descobertas que destacam as diferenças entre o desejo de homens e mulheres ou o desejo de consumir maconha quando expostos a uma situação específica. Aweederia

O estudo foi publicado na Dependência de Drogas e Álcool (abril de 2020) pela pesquisadora Shikha Prashad, PhD, e Francesca Filbey, PhD, professora e diretora de pesquisa em neurociência cognitiva de transtornos aditivos no Center for BrainHealth.

Usando imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) para medir as respostas neurais, os participantes do estudo foram expostos ao seu equipamento de cannabis mais comumente usado, frutas preferidas ou objetos neutros (como um lápis) para comparar seus desejos. O desejo subjetivo foi medido antes e após a ressonância magnética. As diferenças relacionadas ao sexo na resposta neural e comportamental aos sinais e uso de maconha foram examinadas e medidas em 112 usuários pesados ​​de maconha (58 homens e 54 mulheres), usando a análise de componentes principais para determinar as contribuições relativas da resposta neural e comportamental e medidas de uso de maconha. (por exemplo, anos de uso de cannabis, gramas de uso de cannabis nos dois meses anteriores e nível de metabólito de THC). 

Os pesquisadores também encontraram evidências preliminares de que os hormônios ovarianos podem modular essa resposta diferencial e podem estar relacionados a diferentes níveis de estrogênio. Mais investigação é necessária nesta área. 

As mulheres também relatam maiores sintomas de abstinência e maior impacto negativo da abstinência. O estudo também ajudou a abordar uma sub-representação histórica de mulheres em pesquisas. Essas considerações têm relevância clínica importante, pois estudos relatam piores resultados para as mulheres em tratamentos psicológicos e farmacológicos.

Nos EUA, o número de pessoas que usam maconha aumenta constantemente, e as mulheres parecem compor grande parte desses novos consumidores. A lacuna entre o uso por mulheres e homens está diminuindo, especialmente no que diz respeito ao uso medicinal da droga. VICE Brasil

“É importante investigarmos como os efeitos da maconha diferem entre homens e mulheres porque um número crescente de indivíduos está fazendo uso dela com objetivos terapêuticos”, afirma Chandni Hindocha, pesquisadora que estuda os canabinoides (compostos químicos da maconha, como o THC e o CBD) na Universidade College London. “Dados pré-clínicos sugerem que as mulheres podem sentir mais efeitos colaterais que os homens. Precisamos esclarecer isso a fim de permitir que as mulheres equilibrem os prós e os contras de receber maconha medicinal – além de outros medicamentos.”

A maioria das pesquisas qualitativas em humanos sobre os efeitos terapêuticos da maconha se concentraram no alívio da dor, e até o momento, essa é a área com as maiores evidências. Outras indicações estão começando a emergir, desde profilaxia para náuseas induzidas pela quimioterapia, ansiedade, TEPT ou TPM. Contudo, muito poucos estudos investigaram a diferença entre os sexos.

Em uma revisão publicada na Nature Neuropsychopharmacology, a pesquisadora colocou essas conclusões em perspectiva com outros achados sobre o assunto. Além dos efeitos na diferenciação entre os sexos para administração da dor, a pesquisa observou que as fêmeas também podem ter efeitos adversos mais fortes que os machos no uso da maconha medicinal.

Por mais que os dados evidenciem de que os homens são mais propensos a se tornarem usuários de maconha, isso contradiz os resultados de estudos conduzidos tanto em animais quanto em humanos. As fêmeas parecem ser mais sensíveis aos canabinoides e a aumentar o consumo mais rapidamente, chegando ao ponto de vício. Quanto elas interrompem o uso da droga, os sintomas da retirada também aparentam ser mais fortes – e elas são mais propensas a apresentar ansiedade e náuseas.

Estudos realizados na Escola de Medicina de Yale, comprovaram que o efeito de “recompensa” da nicotina tem peso maior no cérebro do homem do que no da mulher, que aparentemente fuma mais para reduzir o estresse. Nos homens, a dopamina é liberada em uma parte do cérebro associada com o sistema de reforço e recompensa. Nas mulheres, a dopamina tende a ser liberada em uma área que gera comportamentos em resposta a estímulos negativos. Obviamente, os canabinóides são diferentes da nicotina, mas o resultado dessa pesquisa pode sugerir um fenômeno mais amplo. De fato, outras pesquisas indicam que as mulheres são mais propensas a usar maconha por “razões funcionais”, como para aliviar dores e/ou ansiedade.

Muitas pesquisas defendem a possibilidade de diferenças nos efeitos dos canabinóides baseado em hormônios sexuais. Sua interação estreita com sistema endocanabinóide, proporciona uma base biológica para diferenças de gênero em comportamentos relacionados à recompensa e bem-estar, que estão ligados aos padrões de uso da Cannabis. A densidade dos receptores CB1 pode ser alterada por hormônios sexuais, que também, por sua vez, podem modular níveis de endocanabinóides e suas enzimas metabolizadoras. Além disso, a recente descoberta de que a pregnenolona, precursora de todos os hormônios esteroides, pode modular diretamente a ativação do receptor de canabinóides, só reforça o conceito de que há um vínculo estreito entre os hormônios sexuais e o sistema endocanabinóide.

Não leve mulheres aos estádios!!! Via, Ah Negão!!! – 9Gag Brasil

Muitas mulheres relatam sensações fortes e aumento de confiança ao utilizar maconha. Como efeito colateral, elas parecem ser mais tendenciosas a sofrer alterações visuais e problemas de memória do que eles. Mais além, um estudo de 2015 realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina Johns Hopkins teve como objetivo entender a diferença dos sintomas de abstinência da Cannabis entre homens e mulheres. As mulheres relataram menos sintomas, além de um nível geral de desconforto menor que os homens, mas ainda sim, sofrendo de sintomas típicos, como: irritabilidade, inquietação e desconforto gastrointestinal.

Os homens e as mulheres também parecem ter preferências diferentes no modo de consumir maconha; as mulheres costumam preferir os produtos comestíveis. Explorar como a via de administração pode alterar os efeitos da droga também será crucial no futuro. Estudos futuros também precisarão observar os efeitos da dor concomitantemente a outras condições pregressas, pois as evidências sugerem que as mulheres são mais propensas a ingerir a maconha medicinal para auxiliar no tratamento de questões de saúde mental como ansiedade e depressão.

“Se você comparar pacientes homens e mulheres ou usuários dependentes de maconha, quaisquer diferenças entre os sexos podem ser confundidas com fatores ambientais, como influências sociais sobre o uso de drogas medicamentosas ou recreativas”, afirma Tom Freeman, professor fellow sênior no King’s College London. Esses desafios explicam por que ainda há poucas pesquisas com a maconha medicinal apesar das recentes mudanças nas políticas e, mais especificamente, por que a investigação das respostas das mulheres só recentemente começaram a ser vistas como prioridade.

Esses resultados científicos preliminares nos ajudam a entender diferenças potenciais nos efeitos e nos padrões de uso da Cannabis entre homens e mulheres. Só não sabemos ainda exatamente por que ou como se aproveitar dessa distinção.

Estudos controlados ainda são muito limitados. A maioria das diferenças sexuais encontradas provavelmente sofrerá influência de fatores externos. Com isso, esperamos que este tópico seja melhor estudado. Hoje, tudo o que podemos teorizar é que os mecanismos que impulsionam essas diferenças estão baseados na disponibilidade de receptores canabinóides, nos processos de metabolização, nos hormônios ou em uma combinação dos três.

Aqui tem mais: Sisters of the Valley

Publicado por Edson Jesus

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