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Dragões do mar

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Em 15 de abril de 1839, nascia em Aracati, no Ceará, Francisco José do Nascimento, o “Chico da Matilde”, que entrou para a história como o Dragão do Mar. A proibição do tráfico intercontinental em 1850 havia fomentado o tráfico interprovincial de escravizados, principalmente entre norte/nordeste e sudeste. Biblioteca Nacional – 15 de abril de 2020.

Francisco José do Nascimento nasceu em 15 de abril de 1839, em Canoa Quebrada, Ceará. De família de pescadores, foi criado pela mãe, a rendeira Matilde, e ficou conhecido por muitos anos como o Chico da Matilde. Seu pai morreu tentando a vida num seringal na Amazônia, quando Francisco José ainda era garoto. Portal da Cultura Negra – novembro 16, 2008

Tendo que trabalhar muito cedo, começou como menino de recados a bordo do navio Tubarão. Depois passou à profissão de prático,  chegar a prático-mor da barra do Porto de Fortaleza. Aprendeu a ler aos 20 anos de idade.

Líder jangadeiro e prático do porto de Fortaleza, Chico da Matilde teve um importante papel no movimento abolicionista do Ceará, ao liderar, em 1881, seus companheiros que se recusaram a embarcar no porto de Fortaleza os escravizados que seriam enviados às províncias do sul. O movimento dos jangadeiros em Fortaleza paralisou o mercado escravista do porto da cidade que, a partir de então, foi considerado fechado para o tráfico.

Edição 376 da Revista Illustrada

A seca que assolou o Ceará entre os anos de 1877 e 1879 desorganizou a produção do estado e matou de fome, de varíola e de cólera mais de um quarto da população. Durante a tragédia, foi organizada uma campanha de socorro às vítimas e Francisco, ao participar do esforço de ajuda à população, conheceria João Cordeiro, o então comissário-geral dos Socorros Públicos. O laço entre os dois se estreitaria com a causa abolicionista.

Arrasados pela seca e pelo cólera, os grandes proprietários escravistas do Ceará, para minimizar seus prejuízos, procuraram vender seus escravos aos fazendeiros do sudeste, onde havia grande demanda de mão-de-obra em função do cultivo do café. O preço era favorável. Mas, para isto, era preciso embarcá-los no Porto de Fortaleza.

Ao longo da década de 1880, começaram a surgir sociedades civis engajadas na luta abolicionista, como a Sociedade Cearense Libertadora, fundada em 1880, e que tinha João Cordeiro como presidente. Esta sociedade teve apoio incondicional de Francisco, que chegou a ser eleito seu diretor. Sob o slogan de “no Ceará não se embarcam escravos”, os jangadeiros, liderados por Francisco, impediram o embarque de cativos, bloqueando o porto.

Francisco foi ameaçado com perseguições e com uma ação judicial por crime de sedição. Mas graças à sua vigilância e ação firme, o porto se manteve inviolável. Sem alternativa, os senhores de escravos acabaram concordando com a liberdade de seus cativos.

A  notícia espalhou-se rapidamente em todas as cidades, sendo decretado o fim da escravidão no estado do Ceará. Em 1884, o estado foi o primeiro a abolir a escravidão, quatro anos antes do restante do Brasil.

O Ceará seria a primeira província brasileira a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea. Na ocasião, Chico da Matilde embarcou com seus companheiros para o Rio de Janeiro, onde participou das comemorações pela abolição no Ceará e, junto com ele, levou embarcada uma de suas jangadas, nomeada Liberdade. A recepção e as comemorações abolicionistas na Corte ajudaram a consolidar a alcunha de Dragão do Mar. A edição 376 da Revista Illustrada, que reportou as comemorações, homenageou Francisco do Nascimento na sua capa, com uma ilustração de Angelo Agostini. Maria Angelica Bouzada

Em 25 de março de 1884, os abolicionistas da Corte levaram-no ao Rio de Janeiro para uma visita de 15 dias, com direito a desfile ao longo da cidade e festas em sua homenagem.

Com o advento da República, João Cordeiro assumiu brevemente a presidência do estado. Nessa ocasião, entregou ao Dragão do Mar a patente de Major-Ajudante de Ordens do Secretário-Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará, em reconhecimento de sua bravura. A Guarda Nacional era uma das corporações mais importantes do estado brasileiro e com grande visibilidade social.  Em 1914 o dragão do Mar faleceu na cidade de Fortaleza no Ceará. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR

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Publicado por Edson Jesus

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