
A empresa de roupas que criou a nota de R$ 420 usada para dar um golpe em um idoso de 75 anos, em Unaí, Região Noroeste de Minas Gerais, decidiu ressarcir a vítima pelo prejuízo. Mariana Costa
O criminoso utilizou a nota falsa e ainda recebeu R$ 320 de troco. Um vídeo foi publicado nas redes sociais da empresa numa segunda-feira (9 de agosto de 2021). Os filhos da vítima registraram o momento da entrega. Pedro Zambarda de Araujo – Diário do Centro do Mundo
“Só tenho a agradecer a meu Pai, que é Deus, por tudo. Só tenho a agradecer de coração, mas de coração mesmo, por tudo”, disse o senhor Gerson, vítima da ação do golpista.
Eles riem e, em seguida, Gerson agradece mais uma vez por ter recuperado o dinheiro: “Meu dinheirinho voltou outra vez para minha carteira”.
Segundo a grife paulista Chronic, a nota foi criada devido a uma ação de marketing da empresa para fazer “arte para chocar e trazer reflexão”. O falso dinheiro foi desenvolvido em outubro do ano passado como forma de brinde para clientes. SOS Consumidor
“Desta vez, infelizmente, alguém foi lesado por esse ato de má-fé e nós daremos um jeito nisso. Entramos em contato com a família do senhor e vamos ressarci-lo com R$ 420, uma caixa de produtos e, claro, um plaquê com as verdinhas”, disse a marca.
Idoso recebeu uma nota falsa de R$ 420 como pagamento de um empréstimo. Com a dívida era de R$ 100, ele ainda devolveu R$ 320 de troco. De acordo com a Polícia Militar, o responsável por repassar a falsa cédula — que tem desenhos de bicho-preguiça e folhas de maconha — foi preso após os policiais encontrarem maconha na casa onde ele morava. “Esse autor [golpista] trabalhava em uma fazenda vizinha ao local onde a vítima mora. Ele pediu R$ 100 emprestado para o idoso e voltou para pagá-lo com a nota falsa. A vítima falou que nunca tinha visto a cédula, mas o autor afirmou que tinha sacado o falso dinheiro em um caixa eletrônico de um banco em Unaí. Ele se aproveitou da situação para ludibriar o idoso”, explicou o tenente Henrique Hiroshi Asanome.
Os investigadores informam que o homem está sendo investigado pelo crime de estelionato.
Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, o golpista teve a prisão ratificada por tráfico de drogas, pois foram apreendidas porções e um pé de maconha na casa em que morava. Ele foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da justiça.
A cédula usada para enganar o idoso foi criada pela empresa em julho de 2020 e era distribuída de brinde para os clientes. A ideia teria surgido depois que o Banco Central anunciou que colocaria em circulação uma nota de R$ 200.
A nota surgiu em setembro do ano 2020. Caio Venom, 32, desenhista da loja, estava criando uma linha de roupas baseada na Lacoste, mas com um bicho-preguiça ao invés do tradicional jacaré.
“No começo a gente ficou com medo de cair como apologia, mas a constituição protege isso como liberdade artística e de expressão. Os defensores nos instruíram, explicando todos os artigos da Constituição que amparavam a gente”, detalha o desenhista.
Em outra postagem, a empresa ressaltou que a nota não pode ser considerada falsa, pois não existe tipificação de crime para uma cédula de valor que não existe oficialmente. Além disso, lembrou que a criação está amparada no artigo 5° da Constituição que trata da liberdade de expressão e artística.
“Eu já recebi mensagem de amigos meus dizendo que conseguiram comprar gelo e carvão na praia pagando com essa nota, pois o vendedor gostou. Em Belo Horizonte circulou um comunicado entre os supermercados pedindo atenção dos caixas para essa nota falsa. Ela é um sucesso”, resume, Caio. CORREIO
Na legenda da publicação, a empresa contou que o kit com produtos da marca e o dinheiro acabou sendo um presente de Dia dos Pais. Times Brasília
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